*MILITAR;
INTERV. RN 1947; CH. DIR. MAT. BÉL. EX. 1949-1952.
Orestes
da Rocha Lima nasceu no dia 15 de dezembro de 1893,
filho de Antônio Correia Lima.
Sentou
praça em março de 1911, sendo declarado aspirante-a-oficial pela Escola Militar
do Realengo no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em janeiro de 1914.
Ingressou a seguir no 1º Regimento de Artilharia Montada (1º RAM) da Vila
Militar, sendo promovido a segundo-tenente em fevereiro de 1916, data em que
deixou o 1º RAM.
De
volta à Escola Militar do Realengo em março seguinte, aí permaneceu até
fevereiro de 1918, quando retornou ao 1º RAM, sendo então promovido a
primeiro-tenente. Durante esse período alternou serviços na Escola Militar do
Realengo e no 1º RAM, deixando aquele estabelecimento de ensino em fevereiro de
1921 para ingressar na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), na Vila
Militar do Rio de Janeiro. Promovido a capitão em agosto deste último ano,
deixou a EsAO em fevereiro de 1922, quando entrou para a Escola de Estado-Maior
(EEM), também no Distrito Federal.
Em
julho de 1924 irrompeu em São Paulo a revolta conhecida como o Segundo 5 de
Julho. Comandados por Isidoro Dias Lopes, o, rebeldes ocuparam a capital
paulista por três semanas antes de abandonar a cidade e deslocar-se para o
interior de estado. Rocha Lima foi então designado para o estado-maior do
Destacamento Misto, comandado pelo general Floriano Ramos com o objetivo de
atuar em São Paulo durante esse período.
Deixando
a EEM em janeiro de 1925, ingressou no Estado-Maior do Exército (EME), no Rio
de Janeiro, onde permaneceu como estagiário até fevereiro de 1926 e como
adjunto desse mês a maio do mesmo ano. Nessa data retornou à Escola Militar do
Realengo, passando a atuar como instrutor de artilharia até abril de 1929,
quando deixou essa escola para ingressar no 1º Distrito de Artilharia de Costa
(1º DAC), também no Rio de Janeiro. Aí serviu como adjunto até outubro do ano
seguinte.
Após
a deflagração do movimento revolucionário de outubro de 1930, participou do
golpe que, no dia 24 desse mês, depôs o presidente Washington Luís no Rio de
Janeiro e colocou no poder uma junta governativa constituída pelos generais
Tasso Fragoso e João de Deus Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha.
Participou do movimento do 1º DAC contra os governos federal e estadual
fluminense, colaborando nas providências para a ocupação de Niterói, então
capital do estado do Rio, e para a derrubada do governo. Ainda no dia 24 de
outubro acompanhou o general José Fernandes Leite de Castro aos
estabelecimentos federais e estaduais de Niterói, já ocupados, regressando em
seguida à capital federal, onde se apresentou no palácio do Catete.
Em
27 do mesmo mês providenciou a repressão ao movimento ocorrido no Rio de
Janeiro, que incluía assaltos às casas de comércio de armas a pretexto de ajuda
popular às forças armadas para defender a revolução vitoriosa. Houve uma
tentativa de levante num dos batalhões da polícia, tendo a junta governativa se
preparado para resistir no palácio do Catete diante da possibilidade de uma
contra-revolução. Em três ou quatro pontos da cidade foram colocados carros de
combate e as tropas da 1ª Região Militar (1ª RM) ficaram de prontidão.
Iniciado
o Governo Provisório de Getúlio Vargas em 3 de novembro de 1930, Rocha Lima foi
designado oficial-de-gabinete do ministro da Guerra, general Leite de Castro,
função que exerceria até junho de 1932. Promovido a major em maio de 1931,
ingressou em julho seguinte na Fábrica de Cartuchos e Artefatos de Guerra, em
Realengo, na qualidade de fiscal administrativo, ocupando esse cargo até outubro
de 1933. Dessa data até maio de 1935 integrou a Comissão de Estudos para a
Indústria Militar Brasileira na Europa, participando nesse período da
Subcomissão de Projetores e Tratores em Paris, no segundo semestre de 1933, e
da Subcomissão de Projetores e Tratores em Bruxelas, no segundo semestre do ano
seguinte. Chefiou ainda a subcomissão que, com idênticos propósitos, visitou a
Holanda entre novembro de 1934 e maio de 1935. Em agosto desse último ano foi
removido para o DAC da 1ª RM, tendo servido também na 1ª Inspetoria de Defesa
da Costa do Rio de Janeiro. Foi promovido a tenente-coronel em maio de 1936 e
em agosto seguinte passou a comandante do 6º RAM, em Cruz Alta (RS), exercendo
essas funções até março de 1937. Em agosto desse ano ingressou no Centro de
Instrução de Artilharia de Costa (CIAC), na fortaleza de São João no Rio de
Janeiro, aí permanecendo ate janeiro de 1938.
Em
fevereiro seguinte assumiu o comando do 2º Grupo de Artilharia de Costa,
exercendo-o, até junho do mesmo ano, cumulativamente com o conferido da
fortaleza de São João. Em abril de 1939 passou a comandar o estado-maior da
Inspetoria Geral do 3º Grupo de Regiões Militares no Rio de Janeiro, função
pela qual respondeu até janeiro de 1941, sendo nesse ínterim promovido a coronel
em dezembro de 1940. Em fevereiro de 1942 tornou-se comandante do 3º RAM, com
sede em Curitiba, exercendo essa função até dezembro. Ainda nesse mês passou a
servir no EME, exercendo a subchefia desse órgão de julho a agosto de 1945, em
fevereiro de 1946 e de março a junho desse ano. Em maio de 1946 foi promovido a
general-de-brigada.
Com
o fim do Estado Novo (29/10/1945) e o conseqüente processo de redemocratização
do país, Rocha Lima foi designado em janeiro de 1947, já no governo do
presidente Eurico Gaspar Dutra o último interventor no Rio Grande do Norte em
substituição a Ubaldo Bezerra de Melo (1946). Governou o estado até julho
seguinte e nesse curto período criou a Faculdade de Farmácia e Odontologia. Foi
substituído pelo governador constitucional do estado, José Augusto Varela
(1947-1951).
Em
dezembro de 1948 ingressou na Diretoria Geral de Material Bélico, que dirigiu
de janeiro de 1949 a abril de 1952, chefiando interinamente a Diretoria Geral
de Artilharia de março a maio de 1949 e em julho desse mesmo ano. Cursou ainda
a Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro, de março a agosto de
1952, sendo promovido nesse último mês a general-de-divisão e a
general-de-exército. Em abril do ano seguinte passou para a reserva no posto de
marechal.
FONTES: ARQ. MIN. EXÉRC.;
CASCUDO, L. História; COUTINHO, A. Brasil; Grande encic.
Delta; MIN. GUERRA. Almanaque.
FONTE – FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS